Eu, sempre eu, egoisticamente, egocêntricamente EU! Marcia Mattoso

quarta-feira, 18 de abril de 2012

LUSTRO


































Nada tenho, nada sou,
nada quero...
além da vontade de parar,
de desaparecer,
não mais sentir,
não mais existir,
não mais ser...
ser o quê?
Pouco...muito pouco...
um nada para todos.
Um desengano,
um desencanto,
uma falta de vontade,
uma sobra de inocência
em acreditar sempre
e sempre me decepcionar...
fatalmente!
Impunemente
todos continuam
nas suas vidinhas,
nos seus mundinhos,
nem se lembram de mim...
quando lembram
não se preocupam...
só querem saber
de suas próprias vidas
e acabam vivendo
muito bem, obrigado!
Criando personagens
que fingem que sentem,
inventando mentiras,
inventando ideais e planos
de se ser e se ter mais...
mais o quê?
Mais capacidade
para continuar...
mentindo, fingindo,
dando um lustro
em seu umbigo...
.
Marcia Mattoso

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